O que o RH pode fazer para promover a saúde mental e prevenir o burnout na sua equipe?

O que o RH pode fazer para promover a saúde mental e prevenir o burnout na sua equipe?

Uma rotina de trabalho cheia de prazos apertados, metas a serem batidas, alta competitividade e cobranças excessivas é a realidade de diversos profissionais. Porém, isso  pode levar a um esgotamento emocional e físico com reflexos para todas as áreas da vida.

Esse tipo de rotina traz consequências negativas à saúde dos colaboradores e podem afetar sua vida pessoal, profissional e sua produtividade. Tudo isso é causado pela Síndrome do Esgotamento Profissional ou Síndrome de Burnout.  

As empresas são compostas por valores financeiros e, principalmente, por valores humanos. Por isso, o departamento de Recursos Humanos tem papel essencial no auxílio à saúde mental dos colaboradores, e deve estar atento e tomar medidas preventivas nesse sentido.

Quer saber mais sobre esse assunto e sobre como o RH pode ajudar a manter a saúde mental dos colaboradores em dia? Então continue essa leitura e confira dicas que certamente farão a diferença na saúde e bem-estar dos colaboradores. Boa leitura!

O que é o Burnout?

O Burnout é uma síndrome caracterizada como um distúrbio emocional que leva à exaustão e esgotamento. A Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) (CID-11) incorporou a síndrome à lista das doenças ocupacionais reconhecidas.

Seu código no Brasil é QD85 e os trabalhadores diagnosticados têm direito às mesmas garantias trabalhistas e previdenciárias previstas para outras doenças do trabalho. A doença é definida como um estado de esgotamento mental e físico causado pela vida profissional.

A expressão “burn out” tem origem na língua inglesa e significa queimar por completo. Essa é uma referência ao que acontece com a saúde emocional do paciente de acordo com o avanço da doença: o stress vai crescendo até o esgotamento completo.

Qualquer profissional pode ser afetado pela síndrome, mas a atenção maior deve ser àqueles que têm que lidar todos os dias com muita pressão, responsabilidades ou competitividade. As empresas têm um papel essencial para evitar que os casos de burnout aconteçam e se multipliquem entre o time de colaboradores.

Quais são os sintomas de Burnout e como mapeá-los?

Os principais indícios da Síndrome de Burnout são os seguintes:

  • Cansaço físico e mental excessivo;
  • Dor de cabeça frequente;
  • Alterações no sono e no apetite;
  • Dificuldade de concentração;
  • Sentimentos de insegurança, fracasso, desesperança, derrota e incompetência;
  • A pessoa não consegue se desligar do trabalho;
  • Negatividade;
  • Negação de necessidades pessoais;
  • Alterações de humor repentinas;
  • Isolamento;
  • Alterações na pressão arterial e nos batimentos cardíacos;
  • Dores musculares;
  • Problemas gastrointestinais.

Esses sintomas são comuns às doenças relacionadas à saúde mental, mas também podem indicar o início de uma Síndrome de Burnout. É essencial buscar suporte profissional assim que surgirem os primeiros sintomas para evitar complicações.

Quais são as implicações para o colaborador?

Além de todos os sintomas que falamos acima, quando um profissional está adoecido e se sente esgotado, as consequências são sentidas em todos os âmbitos de sua vida, muito além do aspecto profissional.

Com o passar do tempo, o desânimo causado pelo Burnout impede o profissional de: aprender, se desenvolver, se relacionar e criar laços com os outros. Tudo isso pode fazer com que o estado mental da pessoa fique ainda pior, chegando às últimas consequências, como tentativas de suicídio.

Esse é um problema sério, grave e real. Por isso, reforçamos: assim que qualquer sinal for identificado, é essencial procurar por ajuda profissional.

Como a saúde mental afeta as empresas?

Os principais efeitos do Burnout são sentidos pelos colaboradores. Mas, muitas vezes, acabam afetando toda a empresa. Confira algumas consequências que podem surgir no ambiente organizacional:

Queda no rendimento da equipe

Quando um colaborador tem sua saúde mental comprometida, seus resultados começam a cair, o que pode gerar uma frustração ainda maior para ele e acabar afetando toda a equipe. O funcionário acaba se sentindo desvalorizado e pode não conseguir mais se comprometer com os resultados.

Aumento do absenteísmo

Colaboradores com o psicológico comprometido podem acabar sendo menos produtivos e se sentirem frustrados por isso. Esse cenário pode ser refletido em faltas ou atrasos frequentes daqueles colaboradores.

Isso traz como consequências a queda de qualidade e produtividade, a perda de prazos, a insatisfação dos clientes e a sobrecarga de toda a equipe.

Alta na taxa de turnover

Uma taxa de rotatividade da empresa muito alta pode significar que algo está errado entre os colaboradores. Ao identificar esse problema, o gestor de RH deve buscar entender como os funcionários estão se sentindo e se algo na empresa está afetando sua saúde mental.

Como as empresas podem evitar que os colaboradores sofram com a Síndrome de Burnout?

Como esta é uma doença laboral, as empresas têm a responsabilidade de atuar de forma preventiva para a saúde mental de seus colaboradores. É preciso criar um ambiente de trabalho no qual as pessoas estejam saudáveis e se sintam confortáveis.

Isso deve ser feito por meio da adoção de comportamentos e políticas que visem a qualidade de vida dos colaboradores. Assim, é preciso combater o assédio moral e outras formas de discriminação que contribuem para o desenvolvimento da síndrome.

Outras atitudes importantíssimas que podem ser tomadas pelas empresas são:

  • O cumprimento das normas de medicina e segurança do trabalho;
  • Não trabalhar com metas abusivas;
  • Incentivar o bom relacionamento entre os colaboradores;
  • Oferecer benefícios que visem o bem-estar coletivo;
  • Oferecer acompanhamento psicológico.

Relações de trabalho abusivas têm feito com que excelentes profissionais desenvolvam distúrbios emocionais como a Síndrome de Burnout. O mercado de trabalho precisa se movimentar com urgência para reverter este cenário.

Qual a importância de cuidar da saúde mental dos colaboradores?

A rotina de trabalho cheia de pressão, prazos e metas acaba abalando a saúde mental dos colaboradores das empresas. As consequências disso são insatisfação, stress, ansiedade, depressão e a Síndrome de Burnout.

É preciso lembrar que as pessoas passam grande parte de seus dias no emprego. Por isso, o estado de tensão e stress provocado pelas condições de trabalho desgastantes afetam o bem-estar físico e social dessas pessoas.

Além disso, essa rotina desumanizada traz reflexos nos resultados da empresa, já que há queda de produtividade e motivação. Por isso, é essencial adotar medidas que promovam o bem-estar no ambiente organizacional. 

Quais ações o RH pode realizar para melhorar a saúde mental dos colaboradores?

O RH é o primeiro departamento com o qual os colaboradores de uma empresa têm contato, já que esse relacionamento começa no recrutamento e seleção. O setor tem a importante função de cuidar da gestão de pessoas, o que inclui a saúde mental dos colaboradores, e precisa ter um olhar humanizado e empático para cada colaborador da equipe. 

Quando há casos de Burnout recorrentes em uma empresa, isso diz muito sobre seu clima organizacional. Assim, é papel do setor intervir nesse aspecto para buscar resolver este problema entre a equipe.

Por isso, a criação de medidas preventivas de bem-estar e o acompanhamento do desenvolvimento profissional dos colaboradores também podem ser iniciativas do departamento.

Além disso, é preciso repensar a cultura e os valores da empresa, bem como adotar uma gestão objetiva, que tenha uma comunicação aberta e clara. Confira ações fundamentais para a criação de um ambiente de trabalho produtivo e saudável:

Aposte em Employer Branding

Quer que um funcionário seja mais produtivo? Busque valorizá-lo e acolhê-lo. Para impactar a satisfação do time, invista em ações de employer branding e veja os reflexos desta ação no clima organizacional.

É fundamental estabelecer uma cultura de diversidade e respeito, ter iniciativas voltadas à saúde mental e física, ao lazer e contar com programas de benefícios que realmente agreguem na vida do colaborador.

Confira algumas ações nesse sentido:

  • Faça pesquisas de clima para mapear áreas críticas e poder propor soluções antes que os problemas aconteçam;
  • Faça uma avaliação criteriosa das entrevistas de desligamento com o mesmo intuito;
  • Promova capacitação para que a liderança faça uma gestão focada em pessoas ao construir um espaço seguro de troca no qual haja segurança psicológica e os colaboradores se sintam engajados e possam ser mais produtivos.

Saiba mais sobre o valor do employer branding neste artigo.

Crie um canal seguro de comunicação

Os colaboradores devem ter acesso a um canal de comunicação seguro, confiável e, dependendo do caso, até anônimo. Dessa forma, podem compartilhar possíveis desconfortos com a organização ou os gestores, fazer denúncias de assédio ou solicitar ajuda em situações de conflitos pessoais ou no ambiente de trabalho.

Saúde mental como pilar da companhia

A organização precisa absorver tanto a importância da saúde mental dos colaboradores que este se tornará um valor organizacional. Para isso, busque identificar iniciativas como eventos ou ações pontuais com especialistas no tema que podem ser realizados pela empresa.

Incentive a descompressão e o lazer

Também é papel da organização incentivar e respeitar os momentos de pausa, lazer e convívio com a família e amigos, além de atividades fora do trabalho. Isso pode ser feito desde o controle efetivo sobre o acionamento do colaborador fora do horário de trabalho até o oferecimento de vouchers para jantares, cinema, teatro, entre outros.

Conclusão

Doenças como o Burnout são reflexos de uma cultura organizacional repleta de pressões, metas, prazos e competitividade. Todos esses aspectos trazem consequências à saúde mental dos colaboradores que podem ser devastadoras.

Por isso, é papel das organizações propor iniciativas que ajudem seus colaboradores a manter o bem-estar e sua saúde mental em dia. Com isso, eles se sentem valorizados e acolhidos, e sua satisfação com a empresa aumenta, trazendo também um aumento na produtividade e na motivação de toda a equipe.

Com este tipo de conteúdo, o TAQE espera contribuir para a criação de ambientes de trabalho mais colaborativos e inclusivos.