Autoconhecimento no currículo: qual a importância?          

Autoconhecimento no currículo: qual a importância?          

Introdução

Você já deve ter ouvido falar em autoconhecimento, certo? Trata-se da habilidade de entender suas emoções, suas qualificações e suas limitações perante os outros indivíduos, perante si mesmo e os desafios da vida e da carreira.

Incluir informações em seu currículo sobre o quanto você se conhece é uma maneira de demonstrar ao recrutador o quanto você é consciente de si e o quanto sabe usar sua essência e o que há de melhor em você para atingir seus objetivos.

Essa é uma excelente soft skill (uma habilidade de comportamento difícil de ser mensurada, mas extremamente importante para o dia a dia no mundo corporativo) e pode te ajudar a demonstrar o quanto você se engaja em trabalhos de equipe, sabe ouvir os outros ou mediar conflitos, por exemplo.

As soft skills são cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho e podem variar de pessoa para a pessoa. Elas são fundamentais para que determinados cargos e funções nas empresas sejam ocupados plenamente.

E você, quer aprender sobre autoconhecimento e como usá-lo para se destacar em processos seletivos? Então é só continuar a leitura.

O que é autoconhecimento?

A aptidão que um indivíduo tem de conhecer e compreender a si mesmo em diferentes âmbitos e questões, como o das emoções, da personalidade, dos valores, das habilidades e até das limitações está relacionada ao autoconhecimento.

Através dessa habilidade é possível se avaliar de forma honesta seus pontos fracos e fortes, auxiliando assim o entendimento de si mesmo como ser humano.

Segundo Thaís Magalhães de Farias, Psicóloga formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Gestalt-Terapeuta, autoconhecer-se leva tempo. “É importante destacar, antes de tudo, que o autoconhecimento é um processo contínuo, de altos e baixos, de construção e desconstrução de referenciais de mundo, de vida, não-linear. Acredito que não seja possível o autoconhecimento como um destino, algo completo e encerrado em si, mas sim, de maneira dinâmica, a partir do que vivemos e na forma como dialogamos com o “outro” e com o meio”.

A especialista acrescenta que é fundamental estar plenamente presente em cada atividade para que se possa ter ferramentas que poderão facilitar a jornada de autoconhecimento. “Nesse processo do autoconhecimento, o fator mais importante é a qualidade de presença que é estabelecida nas relações e nos ambientes. Percebermos como estamos presentes naquilo que nos propomos a fazer para nós e para o outro é o início de todo processo de autoconhecimento”, analisa.

Para aumentar a capacidade de se autoconhecer, é interessante separar um tempo para desenvolver técnicas como autoanálise, meditação e psicoterapia, por exemplo. “O ato de conhecer a si passa sempre pela qualidade de presença estabelecida entre a pessoa e o meio. A partir disso, existem várias formas e caminhos para trabalhar esse aspecto, entre elas, a própria psicoterapia, que pode auxiliar a pessoa a construir recursos próprios e específicos.

Compreendendo suas limitações, seus pontos fortes e seu ciclo comportamental, é possível alinhar suas decisões para a vida com seus valores e objetivos, inclusive para o seu desenvolvimento profissional. Essa compreensão ajudará o profissional a equilibrar aspectos até mesmo em sua vida pessoal. “Saber e conhecer seus propósitos e seus valores de vida é importante em momentos de instabilidade, pois eles permitem maior segurança pessoal e profissional. Em uma cultura em que a noção da produtividade é elevada ao quadrado, é importante que nós possamos assumir em nosso cotidiano posturas críticas a respeito disso para que não sejamos atropelados e, consequentemente, adoecidos por isso”, declara a psicóloga.

Além das técnicas particulares relacionadas à psicologia para desenvolver o autoconhecimento, a especialista destaca outras bem conhecidas, como a realização de esportes e práticas artísticas. “Atividades físicas também podem ser consideradas importantes aliadas para quem busca se conhecer melhor, pois aí está inserido o cuidado com o corpo, conhecimento dos seus limites físicos, lidar com derrotas e vitórias em esportes competitivos, entre outros. Em paralelo, atividades artísticas como desenho, teatro, pintura, escrita e música também podem ser ferramentas para fazer contato consigo mesmo, por meio da expressão e canalização de sentimentos”, sugere Thaís.

Por que incluir informações sobre autoconhecimento no currículo?

Poucas pessoas são as que realmente se conhecem e esse fato se torna evidente em diversas situações profissionais. A falta da habilidade de autoconhecimento dificulta a colocação e a recolocação no mercado e ainda pode levar a pessoa a cargos e oportunidades que nada têm a ver com suas habilidades e objetivos.

O autoconhecimento, por outro lado, pode trazer vários benefícios para a valorização profissional e até para se destacar em uma entrevista de emprego, mesmo que a pessoa não tenha experiência profissional. “O autoconhecimento pode ganhar uma relevância maior no início de carreira devido à novidade de iniciar no mercado de trabalho. Saber e conhecer em quais lugares se deseja estar, com quais tarefas e objetivos se pretende contatar é algo essencial para nossa vida, para que o fazer ganhe sentido ao se integrar na vida e na realidade de cada um”, diz.

Profissionais que possuem o senso de autoconhecimento são extremamente valorizados e se destacam no mercado de trabalho, pois, além da competência técnica, conseguem desenvolver aspectos como segurança e autoconfiança e, mesmo diante de suas dificuldades, mantêm-se íntegros e fiéis às suas escolhas e valores. Essas qualidades auxiliam o colaborador a liderar com eficácia e tomar decisões alinhadas com os objetivos da empresa. O autoconhecimento também é necessário para facilitar o trabalho em equipe, a comunicação e a adaptabilidade às mudanças.

“Para quem ocupa cargos de liderança, o autoconhecimento também se ratifica, pois os impactos podem reverberar no funcionamento de toda a equipe, como também na relação com ela. Compreender nossa humanidade, nos enxergar como indivíduos passíveis de erros, e que todos nós possuímos uma história, uma realidade, e que somos compostos de afetos e sentimentos, por exemplo, auxilia na relação interpessoal. Além disso, a habilidade é fundamental para saber aonde se deseja chegar, como se deseja chegar, o que pode ser feito hoje, com os recursos atuais para otimizar a qualidade do trabalho na relação com a equipe. Todos esses são fatores primordiais para um ambiente de trabalho coerente”, finaliza a terapeuta.

E quem está em início de carreira ou buscando uma oportunidade no mercado de trabalho, por exemplo, destacar seus pontos fortes no currículo pode fazer a diferença na hora de uma entrevista ou de um processo seletivo. Para isso, você deve evidenciar informações como objetivos profissionais e diferenciais em seu currículo. Confira as dicas a seguir.

Como incluir informações sobre autoconhecimento no currículo?

Demonstrar autoconhecimento em seu currículo pode ser a ponte que faltava entre você e sua tão sonhada vaga de emprego. Saber quem você é em sua essência ajudará na criação de um currículo conciso e direto, capaz de valorizar sua vida e história para o recrutador.

Usando como ponto de partida tudo aquilo que você sabe sobre si, analise as informações de seu currículo separando-as por áreas como: conhecimento, relacionamento, experiências, propósitos e objetivos profissionais. Em cada uma delas deixe claro, em poucas palavras, o que você viveu dentro daquele âmbito (pode ser um cargo, um projeto, uma capacitação ou até um objetivo na carreira).

  • Conhecimento – Nessa área coloque tudo que aprendeu ao longo da vida e como isso pode ser usado para desempenhar seu cargo em uma empresa. Não faça apenas uma lista com seus títulos ou formação acadêmica, crie uma relação entre eles e o cargo almejado por você.
  • Relações – Aqui você deve demonstrar que sabe se relacionar com seus pares dentro de uma empresa e, além disso, possui habilidades como empatia e comunicação, as já faladas soft skills.
  • Experiência – Liste suas experiências profissionais, mas demonstre os resultados atingidos. Não tenha modéstia, mas não exagere e muito menos minta tentando impressionar o recrutador. Sinceridade e objetividade sempre.
  • Propósitos – Demonstre como seus valores pessoais se alinham aos da empresa.
  • Objetivos profissionais – Mostre que você sabe aonde quer chegar e, principalmente, que valoriza e compreende o caminho a trilhar até lá.

Analisando todos esses aspectos e redigindo um currículo com fluidez, direto e com clareza, você chegará mais perto de obter sucesso ao encontrar sua próxima experiência profissional.

A análise SWOT (uma técnica de planejamento que é muito utilizada no mundo corporativo) também pode ser uma ferramenta de autoconhecimento se aplicada às características pessoais.

Sua sigla em inglês significa Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Você pode experimentar se autoanalisar usando esse método, criando quadrantes em um papel e anotando características, conhecimentos e habilidades para cada um desses pontos. O truque é sempre pensar em como essas informações podem ajudar na apresentação de um perfil no LinkedIn, na confecção de um currículo e até em um processo seletivo.

Quando a entrevista chegar, lembre-se de destacar esses pontos na conversa com o recrutador. Valorize todas as informações, mas nada de discursos prontos, ok?

Os recrutadores se importam com essas informações no currículo? 

Sim, sem dúvida. Em um mundo onde vemos máquinas executando trabalhos antes feitos pelo homem e onde a tecnologia cria uma inovação a cada dia, cada vez mais as habilidades humanas, aquelas que nos conectam uns aos outros ou que nos dão a essência de sermos o que e quem somos, são valorizadas no mercado de trabalho.

Conclusão

O autoconhecimento é uma das melhores formas de destacar seu currículo em um mercado de trabalho cada vez mais concorrido.

Ter a preocupação em incluir no seu currículo informações que demonstram o quanto você conhece a si demonstra aos seus futuros empregadores a sua maturidade e consciência. Por isso, é fundamental ter conhecimento tanto de seus pontos fortes quanto de suas limitações, sendo capaz de desempenhar funções alinhadas não somente ao seu histórico profissional como aos seus valores pessoais.

Além disso, o autoconhecimento pode te ajudar a demonstrar capacidades como adaptação às mudanças, trabalho colaborativo e liderança, qualidades estas muito valorizadas atualmente no mercado de trabalho.

Ao demonstrar autoconhecimento em seu currículo você também se diferencia para os recrutadores e empresas, que valorizam habilidades sociais e emocionais bem desenvolvidas. A capacidade de reflexão e autoanálise alinhada ao desejo de desenvolvimento pessoal e profissional são grandes fatores de diferenciação na hora de avaliar um candidato em potencial.

Aqui na TAQE nós contamos com o nosso teste de personalidade, que facilita seu match, com vagas que irão valorizar suas características e tudo o que há de interessante em você. Por isso, aposte no autoconhecimento e conquiste o sucesso!