Como a Gamificação pode transformar o seu processo seletivo?
Escolher os candidatos certos para serem contratados é um dos grandes desafios enfrentados pelas empresas atualmente. Para auxiliar nessa tarefa, os times de Recursos Humanos contam com uma poderosa ferramenta: o gamification, ou gamificação.
Por meio dessa técnica, o processo de encontrar profissionais que tenham as habilidades necessárias e o perfil comportamental mais alinhado às necessidades da empresa é simplificado.
Os jogos simulam situações do dia a dia organizacional e permitem que o recrutador extraia informações mais precisas dos candidatos para fazer uma escolha embasada. Por esse motivo, no texto de hoje vamos falar sobre a gamificação e como ela pode tornar seu processo seletivo mais eficiente. Confira!
O que você irá saber neste artigo:
O que é Gamificação?
O gamification é uma técnica que aplica as estratégias de jogos para simular atividades do dia a dia. Para motivar os candidatos a atingir os objetivos propostos pelos recrutadores, essa ferramenta oferece estímulos como passar de fases, aumentar a pontuação ou ganhar prêmios.
A lógica é a seguinte: os jogadores precisam superar os obstáculos do jogo para cumprir o objetivo de avançar no processo seletivo. Sua base é um conceito chamado game thinking, que integra a gamificação com os saberes do mundo corporativo e do design.
Usando a tecnologia, os recrutadores conseguem motivar comportamentos, estimular o aprendizado e criar um sentimento de recompensa. Por meio de questionários, avaliações ou desafios, as empresas conseguem tornar os processos seletivos mais dinâmicos e até divertidos.
Além disso, com um processo seletivo gamificado, as equipes de recrutamento podem avaliar diversos aspectos dos candidatos de forma realista, como:
- Aptidão;
- Pensamento criativo;
- Capacidade de resolver problemas.
Principais elementos da gamificação
Os elementos da gamificação são classificados em três categorias. Confira quais são elas:
Dinâmicas
Elementos dinâmicos são as características básicas, que estruturam a forma como o jogo funciona. São eles:
- Emoções – É preciso definir quais emoções devem ser despertadas para manter o interesse dos jogadores;
- Narrativa – Qual é a história e a trajetória de eventos do jogo?
- Progressão – Também é necessário avaliar quais são os indicadores que mostram ao jogador que ele está avançando;
- Relacionamentos – É o momento de definir como o jogador deve se relacionar com a equipe ou com os adversários;
- Restrições – Por último, é preciso definir as regras do jogo.
Mecânicas
Já os elementos mecânicos são definidos com base nas restrições e na orientação dos participantes à ação. Os principais fatores são:
- Aquisição de recursos – Itens que o participante precisa adquirir para seguir para a próxima etapa do jogo;
- Avaliação ou feedback – Para que o jogador entenda como está seu desempenho;
- Chance – Resultados revelados aleatoriamente para surpreender o jogador;
- Cooperação e Competição – Mostrar aos jogadores seu desempenho em relação aos outros competidores;
- Desafios – Os problemas que o participante deve resolver individual ou coletivamente;
- Recompensas – As premiações que ele recebe após conquistar algo ou terminar uma etapa;
- Transações – Troca ou venda de recursos entre jogadores;
- Turnos – Tempo que o participante tem para fazer sua jogada;
- Vitória – Finalização do jogo.
Não é necessário que todos esses elementos estejam presentes em todos os jogos, mas é importante que o recrutador selecione aqueles mais adequados às necessidades e objetivos daquele recrutamento.
Componentes
Os componentes são os elementos concretos e específicos da gamificação. Confira os mais comuns:
- Avatar;
- Bens virtuais;
- Conquistas;
- Conteúdos desbloqueáveis;
- Medalhas ou emblemas;
- Gráfico social;
- Missão;
- Níveis;
- Pontuação;
- Ranking, etc.
Tipos de gamificação
Os principais tipos de gamificação são:
- Gamificação em treinamento corporativo – A estratégia é usada para tornar treinamentos para os colaboradores mais atrativos e dinâmicos;
- Gamificação no Onboarding – Aqui, seu papel é facilitar a integração entre a equipe e apresentar a cultura da empresa de maneira mais dinâmica para os novos colaboradores;
- Gamificação na educação – É possível usar a gamificação para manter a concentração dos alunos e tornar as aulas mais dinâmicas;
- Gamificação no marketing – Usada para fortalecer o vínculo entre os consumidores e as marcas, principalmente nas redes sociais;
- Gamificação na saúde – Os jogos na saúde ajudam o paciente a seguir tratamentos e adotar hábitos mais saudáveis;
- Gamificação e engajamento social – A ferramenta é usada para incentivar o envolvimento da sociedade em ações políticas ou sociais, como a fiscalização de contas públicas, por exemplo;
- Gamificação no recrutamento e seleção – Confira alguns exemplos de jogos que podem ser usados no R&S:
Jogos interativos
Recurso bastante utilizado para ajudar o candidato a entender como funciona a política organizacional. Além disso, com a simulação da rotina de trabalho, a empresa pode fornecer informações sobre sua cultura e o candidato consegue demonstrar melhor suas competências.
Competições criativas
Por meio de jogos divertidos, a empresa consegue analisar se os candidatos possuem ideias criativas e inovadoras e selecionar aqueles que se destacam para garantir que pessoas com esses atributos componham seus times.
Apresentação dinâmica
Por fim, as empresas podem usar cartas com perguntas relacionadas às competências de cada candidato para tornar o momento da apresentação pessoal durante a seleção mais inusitado e leve. Essa é uma forma de quebrar o discurso formal e deixar os profissionais mais confortáveis para falarem sobre si mesmos.
Como a Gamificação pode transformar o seu processo seletivo?
Tradicionalmente, a seleção de candidatos é feita por meio de:
- Triagem e avaliação de currículos;
- Entrevistas;
- Dinâmicas comportamentais;
- Testes psicológicos.
No fim do processo, o RH escolhe a pessoa que apresentou os melhores resultados para preencher a vaga.
Apesar de esse processo fazer parte da rotina das empresas, infelizmente não traz resultados tão positivos quanto o esperado. Prova disso é que, muitas vezes, os contratados acabam sendo demitidos logo nos primeiros meses, de forma voluntária ou não.
Por outro lado, um processo seletivo que usa a gamificação torna os candidatos mais engajados e interessados em conseguir a vaga. Isso estimula a retenção antes mesmo da contratação, e ajuda a construir uma imagem positiva da marca empregadora.
Como os jogos reproduzem o ambiente corporativo, também ajudam a criar uma tensão entre os participantes. Com isso, é possível analisar como o profissional se comporta sob pressão: se consegue criar soluções criativas, se colabora com os colegas, etc.
Para implantar o gamification no recrutamento, é preciso fazer um bom planejamento e definir um objetivo claro. Mas, lembre-se: este é um complemento do processo seletivo, e não substitui as demais etapas.
Quais são as vantagens de usar a gamificação no processo seletivo?
1. Processo mais fiel e dinâmico
Quando a gamificação é integrada ao processo de seleção comum, a triagem se torna mais significativa e dinâmica. A maior parte dos candidatos prefere lidar com um jogo a responder às perguntas de uma entrevista.
Como os jogos costumam ser divertidos, eles deixam os profissionais mais à vontade ao longo do processo, o que facilita a compreensão de como é o ambiente de trabalho. Ao mesmo tempo, os recrutadores conseguem avaliar a criatividade, inovação e capacidade de resolução de problemas de forma mais realista.
2. Triagem mais eficiente
Com a gamificação, o processo de recrutamento é muito mais eficaz. Isso porque as empresas podem testar habilidades específicas em conjunto, ao invés de fazer avaliações isoladas. Além disso, é possível avaliar o desempenho de um candidato por meio de simulações dos cenários, o que ajuda a revelar suas características comportamentais.
3. Economia de tempo
Quando as empresas testam as habilidades por meio da gamificação na seleção, ganham tempo, pois podem substituir períodos de experiência custosos e demorados. Por exemplo, ao invés de testar vários cozinheiros ao longo de semanas para descobrir qual é o mais rápido e capacitado, é possível criar um jogo e ter essa informação rapidamente.
4. Fortalece a imagem da marca empregadora
As empresas que têm como objetivo engajar os melhores candidatos em seus processos seletivos devem demonstrar que aquele é melhor onde eles podem trabalhar. Usar a gamificação no recrutamento é uma forma de fazer isso, mostrando que a empresa acompanha as tendências e quer investir no capital humano.
O ambiente de trabalho é mais desafiador e inovador a cada dia. Por esse motivo, empresas que adotam processos de seleção gamificados melhoram sua imagem e criam uma maior identificação entre os candidatos e a empresa.
5. Garante uma equipe de alta performance
Organizações que adotam processos ultrapassados ficam em desvantagem em relação à concorrência. Isso porque os profissionais mais capacitados e atualizados buscarão oportunidades em empresas que estejam mais alinhadas com seus valores.
Por isso, a gamificação ajuda a atrair e tornar os candidatos mais engajados em seu recrutamento. Dessa forma, os mais qualificados têm mais chances de conquistar a vaga, compondo uma equipe de alta performance para o negócio.
6. Comunicação simplificada
Com essa ferramenta, a comunicação entre o candidato e a empresa fica muito mais fácil e eficiente. Por meio dela, é possível enviar um retorno automático aos candidatos que não passam para as próximas etapas do processo.
Além disso, o recrutador que conta com o suporte de um software de recrutamento consegue mapear características da pessoa candidata como raciocínio lógico, criatividade e trabalho em equipe, por exemplo.
Com os relatórios comportamentais em mãos, é possível enviar um feedback concreto aos candidatos eliminados. Com isso, a empresa contribui, efetivamente, para seu crescimento e o ajuda a melhorar seu desempenho em próximas oportunidades.
7. Processo mais transparente
Empresas que usam a gamificação têm o benefício de contar com respostas mais espontâneas e realistas do candidato. Ao se deparar com perguntas direcionadas e gamificadas, o profissional é mais transparente ao demonstrar seu perfil.
Exemplos de gamificação nos processos seletivos
Mariott
A Marriott foi uma das primeiras empresas a adotar a gamificação em seus processos seletivos. A rede de hotéis fez isso criando um jogo no qual os candidatos têm a experiência de administrar um hotel, e são direcionados a um formulário de candidatura ao clicarem no botão “Faça de verdade”.
Os melhores jogadores conseguiram uma oportunidade de vaga na empresa. O jogo atraiu mais de 25 mil pessoas em uma semana, obtendo uma ótima resposta.
Governo do Reino Unido
A agência de inteligência e segurança do Reino Unido desenvolveu uma mensagem criptografada no site CanYouCrackIt.co.uk. Ela foi usada como parte do processo de candidatura: os participantes tinham que decifrá-la para prosseguir no processo.
O Google possui uma competição chamada Google Code Jam para buscar novos talentos. Programadores são convidados a participar e podem conquistar uma vaga na empresa, além de prêmios de até US $50 mil.
Domino’s
A Domino’s criou o jogo Domino’s Pizza Mogul para que as pessoas criem suas receitas de pizza e dêem nome a elas. Este jogo é voltado aos clientes, mas também serve para mostrar aos potenciais candidatos a inovação, criatividade e diversão da marca empregadora.
Formaposte
O serviço de correios da França entendeu que precisava aumentar a retenção de seus funcionários. Por isso, criou a Academia Jeu Facteur. Nela, os potenciais candidatos podiam simular a vida de carteiro por uma semana, vivenciando as tarefas do trabalho e aprendendo sobre fundamentos e ética. O sucesso dessa iniciativa foi enorme, reduzindo o turnover de 25% para 8%.
Shell
O jogo da Shell é um convite para que os profissionais explorem um determinado local e consigam a maior quantidade de energia possível. Com isso, conseguem resolver um quebra-cabeças.
Conclusão
A gamificação é uma ferramenta que ajuda empresas de diversos setores a modernizarem seus processos seletivos e atraírem os candidatos mais qualificados para suas vagas. Isso porque, por meio de jogos interativos, os candidatos fornecem informações mais precisas sobre suas competências e habilidades.
Além disso, por meio de softwares de recrutamento e seleção, como o TAQE, o recrutador tem um mapeamento das características dos candidatos ao longo da aplicação dos testes. Com essas informações, a ferramenta monta um ranking daqueles profissionais que têm mais aderência à cultura organizacional.
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